Os estudos científicos aqui contemplados são para informação somente. Os resultados reportados não necessariamente ocorrerão em todos os indivíduos. A SetYou provê tal informação como um serviço gratuito e não recebe qualquer compensação pelos estudos referenciados.
Cafeína
A cafeína (trimetilxantina) é uma substância psicoativa, possui atividade estimulante do sistema nervoso central (SNC), com aumento do estado de alerta, energia e melhora da concentração. O uso é amplo, e pode ser encontrada em cafés, chás, bebidas energéticas e medicamentos.
A cafeína é um potencial ergogênico utilizado para aprimorar o rendimento esportivo, sendo seus efeitos centrais e periféricos, podendo interferir na percepção de dor durante esforços exaustivos. No âmbito esportivo, a fadiga é um fator limitante do desempenho, o que faz a cafeína se tornar uma substância de grande interesse para atletas e treinadores, visando uma melhor performance esportiva.
Estudos científicos:Energia e Foco
Os efeitos psicoestimulantes da cafeína são conhecidos há séculos e seu consumo para manter-se alerta é um hábito do longa data. O café é a segunda bebida consumida no mundo após a água, com mais de 1,6 bilhões de xícaras por dia (CAPPELLETTI, 2015).
A cafeína parece também influenciar no desempenho cognitivo, podendo prevenir e restaurar perda de memória ou outros distúrbios cognitivos, porém mais estudos são necessários para esclarecer essas propriedades (CAPPELLETTI, 2015). Além disso, a cafeína foi associada em diversos estudos com a diminuição do risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como a de Alzheimer e Parkinson.
Em ensaio clínico randomizado realizado em 2020, foram analisados efeitos de psicoestimulantes (metilfenidato, modafinil e cafeína) e a melhora de capacidades cognitivas. Entre os resultados foi observado que a cafeína possui um efeito positivo sobre a atenção sustentada, possuindo uma velocidade de reação mais rápida de forma significativa, além de uma tendência de uma melhor memória (REPANTIS, 2020)
Em revisão sistemática e metanálise sobre a relação entre cafeína e função cognitiva no esporte, foram analisados 13 estudos os quais possuíam critérios objetivos da performance cognitiva. Os principais efeitos reportados foram sobre a atenção, precisão e velocidade. Os resultados dos estudos indicam que o consumo de cafeína em doses baixas e moderadas antes ou durante o exercício físico melhoram a energia, humor e funções cognitivas como atenção, podendo também atuar no tempo de reação, memória e fadiga (LORENZO, 2021).
Em estudo epidemiológico sobre a ingestão de café e chás contendo cafeína, foi feito o acompanhamento de 1409 indivíduos ao longo de 21 anos. Os indivíduos que ingeriam café parecem possuir um menor risco do desenvolvimento de demência e Alzheimer, tendo uma diminuição de 65% com o consumo de 3-5 xícaras por dia (ESKELINEN, 2009).
Em estudo de revisão sistemática e metanálise, foi quantificado a relação entre o consumo de cafeína e declínio cognitivo e demência. Foi obtido como resultado uma tendência ao efeito neuroprotetor da cafeína, entretanto, devido a heterogeneidade metodológica e poucos estudos epidemiológicos, mais estudos são necessários para a afirmação robusta e definitiva sobre o tema (SANTOS, 2010).
Referências:
CAPPELLETTI, S. et al - 2015
ESKELINEN, M. H. et al - 2009
3 Caffeine and Cognitive Functions in Sports: A Systematic Review and Meta-Analysis. Nutrients..
LORENZO CALVO, J. et al - 2021
REPANTIS, D. et al. - 2020
5 Caffeine Intake and Dementia: Systematic Review and Meta-Analysis. Journal of Alzheimer’s Disease.
SANTOS, C. et al - 2010
Exercício Físico
Em um estudo de metanálise, Warren et al. analisou 34 estudos relevantes entre os anos 1939 e 2008 sobre os efeitos da cafeína contração muscular voluntária (n = 27) e resistência muscular (n = 23). As meta-análises foram concluídas usando um modelo randomizado. Neste estudo foi obtido como resultados que o consumo de cafeína aplicada à prática de exercício físico de força, promoveu um aumento de aproximadamente de 7% na contração muscular voluntária. Em outro estudo, constatou-se que houve uma diferença significativa quanto à medição da força máxima entre a cafeína e o placebo.
Na análise de um subgrupo em relação à força dos músculos da região superior e inferior do corpo, os resultados apontaram que a cafeína contribuiu de forma significativa para o aumento da força em músculos superiores, porém, não houveram resultados relevantes na melhora da força dos músculos inferiores do corpo. Na discussão desses resultados, foram ressaltadas a necessidade da realização de mais estudos para aprofundar essa conclusão.
Em um estudo de metanálise e revisão sistemática, os resultados apontaram para o importante efeito ergogênico da cafeína na força e potência muscular. Ainda que as respostas quanto à ingestão de cafeína possam ser variadas de acordo com características individuais de cada organismo e das práticas de exercício, o mínimo aumento de força muscular possui o potencial de promover melhora nos resultados esperados pela prática de exercício físico.
Referências:
CAPPELLETTI, S. et al - 2015
GRGIC, J. et al - 2018
RODRIGUES, Antonio Yony Felipe et al - 2020
WARREN, Gordon L. et al - 2010